O NÃO FAZ PARTE


Dizer NÃO sempre foi um problema pra mim, especialmente antes de eu enxergar isso. Um tempo depois, eu comecei a enxergar e também descobri que esse é um problema pra praticamente todo mundo, e que a diferença entre quem convive e quem não convive bem com o dizer NÃO é que o primeiro grupo é composto por pessoas que escolhem sempre primeiramente a si mesmas e o último por pessoas que sempre se colocam depois dos outros. 

Ninguém gosta de ouvir NÃO, não é mesmo? E logicamente quem ouve o que não gosta se desagrada e, assim, como desagradar não é algo fácil, acaba sendo também difícil dizer. 

Mas eu ainda acho que aprender a dizer é mais fácil do que aprender a escutar os NÃOs da vida, venham eles de onde vierem. Porque a vida nos diz muitos NÃOs, e nunca por acaso. Eu já escutei muitos e, até entender que aquilo era o que eu precisava, foi muito chão percorrido dando murro em ponta de faca. Queria eu ter perdido menos tempo com o que (ou quem) não era pra mim, e ter caminhado antes em direção aos meus próprios objetivos e ao que a vida queria me dar. 

Mas sempre dá tempo de corrigir os erros que cometemos não é mesmo?! Eu creio...ainda dá!  É uma conquista diária no caminho da vida, e eu sigo caminhando...

Mas, então...eu resolvi falar disso mesmo foi pra dar algumas dicas de coisas que aprendi nesse processo, especialmente o de ESCUTAR NÃOs, e que acredito que podem ajudar a quem ainda se aborrece muito com os NÃOS que escuta, como forma de contribuir para encurtar um caminho que eu demorei um pouco a percorrer...

Vamos lá, o que então a vida pode estar a nos ensinar quando recebemos um NÃO?

  • O básico, de que tudo faz parte da vida, o SIM e também o NÃO, e que é preciso incluir tudo o que existe para se viver melhor;
  • Que um NÃO pode conter um SIM embutido, e que o que aparentemente consideramos ruim pode ser a melhor coisa a nos acontecer naquele momento;
  • Que precisamos aprender a respeitar os outros e a entender que todas as pessoas têm o direito às escolhas de sua própria vida. Muitas vezes achamos que o outro deveria nos dizer SIM porque julgamos saber melhor do que ele o que é "mais certo" de ser feito, mas não podemos decidir por nós o que é e o que não é certo (ou importante) para o outro fazer. Isso é controle!;
  • Que devemos aprender a apoiar quem nos apóia, e a doar a quem nos dá, de forma a ter relações equilibradas entre o SIM e o NÃO mútuos. Muitas vezes o outro nos diz tantos SIMs sem retribuição que o NÃO passa a ser necessário para o equilíbrio. É importante ressaltar que esse equilíbrio nem sempre será matemático, mas que ele precisa existir;
  • Que a nossa vida e os nossos projetos devem ser bancados primeiramente por nós mesmos, e que toda a ajuda que recebemos dos outros deve ser considerada como benção e não como uma obrigação;
  • Que o outro tem o direito de priorizar o seu tempo para empregar em seus próprios assuntos e projetos, e que devemos respeitar os assuntos e os projetos dos outros, quer os compreendamos ou não; 
  •  Que precisamos aprender a valorizar os assuntos e projetos dos outros;
  • Que escutar um NÃO não deve ser motivo para perdermos a gratidão pelos SIMs que já recebemos das pessoas e da vida -- não esquecer dela no primeiro NÃO recebido;
  • Que se não nos comportamos de forma equilibrada e respeitosa em relação às demais pessoas do nossos convívio, estamos sendo tóxicos, e que, certamente, em algum momento, vamos colher o que estamos plantando por meio dos NÃOs dessas pessoas ou da vida;
  • Que precisamos sempre olhar o outro como um universo à parte (o qual jamais conheceremos integralmente), entendendo que não podemos decidir por nós o que é e o que não é correto o outro fazer com a própria vida e os próprios recursos, sejam financeiros ou outros (tempo, atenção, conhecimento etc.). Que devemos respeitar a decisão das outras pessoas de não poder ou não querer nos ajudar (ou não naquele momento), mesmo que nós "achemos" que elas "deveriam";
  • Que devemos sempre nos lembrar de que os outros não vivem em função dos nossos assuntos ou problemas (muitas vezes imaginários) e que não podemos sempre querer envolver a todos em nossas questões;
  • Que, se somos o tipo de pessoa que precisa constantemente ser ajudada, devemos buscar ajuda terapêutica para nos conhecermos melhor e entender o porque de estarmos alimentando esse padrão negativo em nossa vida;
  • Que sempre é importante que paremos para refletir sobre a nossa vida e nos autoconhecer, de forma a nos tornar agentes do nosso próprio destino e não mais nos colocarmos como vítimas indefesas das coisas que nos acontecem;
  • Que o maior SIM que podemos receber é o nosso próprio, quando nos amamos verdadeiramente, nos valorizamos, confiamos no nosso potencial de melhoria e superação, buscamos ajuda para o que não conseguimos resolver sozinhos, e seguimos sempre em frente, seja após as pessoas ou a vida nos dizerem SIM, ou nos dizerem NÃO.
É isso! Que possamos aprender tudo isso e o mais o que for necessário com os NÃOs que recebermos das pessoas ou da vida, para que os verdadeiros SIMs se manifestem, nos abençoando a todos! 

Namastê! 🙏🏻🙏🏻🙏🏻


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