Amor de Mãe



Ontem à noite eu tomei sozinha o meu banho de ervas, mas pensei ter ouvido pelo vão do box do banheiro ela dizer: 

“Com dois te botaram, com 3 eu te tiro

Com dois te botaram, com 3 eu te tiro

Com os poder de Deus e da Virgem Maria

Com os poder de Deus e da Virgem Maria”.


Era como ela fazia sempre que eu estava em sua casa, em uma sequência de banhos que me dava: 3 de limpeza e um final de prosperidade. Ou não, a quantidade variava às vezes, mas a sequência não. 

Limpeza tinha arruda, espada de São Jorge, sal grosso, prosperidade tinha manjericão, canela e mel...dentre outras coisas mais que ela decidia a cada vez.

Acho que não houve uma única vez que a visitei sem voltar para a minha casa “banhada”. Era o nosso ritual sagrado, desde os tempos em que a gente nem era lá muito amiga não. 

Tempos longos, difíceis, mas há muito também passados, graças a Deus! 

Reconciliar-se com a mãe é, por vezes, a conquista de uma vida inteira, coisa que a gente nem entende a dimensão real até estudar muito profundamente a si. Alguns acharão essa fala absurda, por viverem negando a si próprios e aos próprios sentimentos, mas absurdo mesmo está é em não admitir (ao menos para si) o tanto de mágoa que a nossa criança ferida e ingrata carrega em relação a essa figura tão importante da nossa história.

A mãe é o portal pelo qual adentramos a vida. A única porta que escolhemos e a única que aceitou a nossa escolha pra chegar aqui nesta Terra e desfrutar de todas as belezas do mundo e da caminhada. Uma benção sem tamanho! Infinitamente menor do que quaisquer misérias que a gente possa carregar em relação a ela. 

Mas, se ainda as carregamos, precisamos também (auto)conhecê-las, porque só depois de (auto)conhecer e purificar é que poderemos realmente entender o precioso recado do Criador: pai e mãe não erram (honra-os!), mas apenas cumprem a missão de desenvolver em nós as qualidades que viemos aqui desenvolver. 

Sim, para algumas pessoas é muito doído ouvir isso, eu sei bem, mas é assim que é. Ainda que me joguem mais algumas muitas pedras, eu jamais vou deixar de acreditar nessa teoria, porque ela me traduz. Traduz a minha história.

Uma pena que demorei tanto tempo para aceitá-la...

Mas, se o tempo é filho da eternidade e é meu amigo-irmão, então Eu também Sou! 

Bom...é isso. E em tempo!


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