Culpa
São muitos os caminhos e as ferramentas de autoconhecimento que podem nos ajudar nessa tarefa, eu própria conheço algumas muito poderosas e preciosas que poderia recomendar, mas esse chamado é interno, não cabe a ninguém decidir por você.
Como também, mesmo sentindo um chamado e encontrando um bom caminho, não cabe a ninguém modificar sua sombra por você. Qualquer caminho, quando muito, mostra, não transforma ninguém que não quer se transformar. Já dizia um Mestre que muito me inspira: “tem um chá de capricho que só cada pessoa pode tomar”.
Mas dizem que quando o discípulo está pronto o Mestre aparece, e eu acredito piamente nisso: que tanto os bons mestres e professores quanto os bons caminhos e as boas ferramentas de cura aparecem quando estamos prontos. Aí é só ter a coragem de seguir o coração no que ele REALMENTE está chamando.
A estrada do autoconhecimento, seja no caminho que for, é longa, porque são muitas as nossas sombras escondidas por detrás das máscaras que usamos. Eu, por exemplo, sempre enxerguei em mim a máscara da vítima: alguém que era sempre a injustiçada por algum motivo. Vivi muito tempo tentando me curar disso, mas só consegui êxito quando finalmente enxerguei mais fundo e vi a sombra que estava por detrás dessa máscara: uma culpa gigantesca, que fazia com que eu me boicotasse, dependesse do amor, da aprovação e do reconhecimento de outros pra escolher e fazer o que acho certo, ou que não cortasse laços e continuasse a insistir em me relacionar com pessoas que me machucavam esperando que elas uma hora tivessem pena de mim e se modificassem.
Isso não acontece.
Quem precisa dar o amor, o reconhecimento e a compaixão que precisamos somos nós mesmos! Isso eu já aprendi, graças a Deus. Que venham novos aprendizados e purificações!
Mas e quanto à origem da culpa?! Bom, no meu caso eu já nasci culpada. Sempre tive em mim essa necessidade de compensar algo ou alguém por alguma coisa que eu nunca soube exatamente o que era, pois (pelo menos nessa vida) não tive grandes desvios de conduta não (já me deparei como muitas infâmias e boatos cuja origem até hoje desconheço ao certo, mas de fato não tive).
Sim, eu sou humana, erro, e já cometi muitos erros: fui orgulhosa, ingênua, vaidosa algumas vezes, em outras usei mal as palavras, já desconsiderei algumas opiniões e ordens importantes, não fui receptiva aos sentimentos alheios, excluí pessoas importantes em momentos marcantes da minha vida, coisas assim, mas nada que justificasse essa gigantesca culpa com a qual um dia me deparei.
Não estou aqui me justificando, é certo que devemos evitar cometer erros, porque por responsabilizar-se, sim, é necessário. O caminhar na vida exige o cuidado de observar as nossas ações e a humildade de pedir perdão quando falhamos ou magoamos alguém. Eu, nesse primeiro ponto tenho me esforçado bastante e no segundo não tenho grandes culpas 😅 —concedidos ou não, foram muitos os perdões que eu já pedi na vida, acho que até desproporcionais aos erros cometidos.
Eu realmente gostaria de nunca ter errado em nada e nem ter magoado ninguém (quem não?), mas viver lamentando por isso e prejudicando a caminhada com o fardo da culpa nada resolve. Essa é apenas uma outra sombra: a da perfeição.
Pedir perdão sempre, quantas vezes mais for necessário, e se perdoar também, mas viver eternamente na culpa não ajuda, só dá é munição para os julgamentos e para a maldade alheia.
Alimentar essa sombra da culpa só faz a gente se machucar e machucar os outros, seja nos boicotando em relacionamentos que podem nos ajudar a crescer, seja inconscientemente prejudicando as nossas relações ao interferir na vida alheia (o que, mesmo que seja com boas intenções, não é certo). Insistir em querer modificar o comportamento, a vida ou os interesses das outras pessoas só vai levar a um único resultado: afastamento, quando não ódio, e, em seguida, mais culpa. Experiência própria, vai por mim!
Claro que existem coisas que nos afetam e das quais devemos cuidar, claro que somos guerreiros da luz e devemos fazer nossa parte para que se corrija o que é preciso. Apontar com amor, dar nossa opinião quando couber e dar boas sugestões é benéfico sempre. Mas é preciso observar bem essa medida do que é realmente a nossa parte, movida por interesses genuinamente bons, e do que não, pois o ego é muito astuto e infelizmente tantas das vezes é movido por sentimentos não tão nobres assim.
É o jogo da vida.
Um jogo que só piora enquanto não tomarmos a decisão de curar em nós mesmos o que nos atrapalha a seguir na nossa própria, individual e intransferível caminhada. No caso da culpa, nos perdoando, abrindo mão do peso de carregar o mundo nas costas, sabendo-nos pequenos e responsáveis APENAS pela nossa parte no que é e no que foi (seja certo ou errado), não nos responsabilizando pelas situações e pelas pessoas que não são nossa responsabilidade, ou que, mesmo que sejam (para o caso daqueles que têm filhos) também têm o livre arbítrio para fazer as próprias escolhas.
Superar é preciso! Se cada um decidir por si de seguir sempre em frente, com amor e responsabilidade por sua vida, e respeito pelas dos demais, mesmo que em estradas diferentes, ninguém fica para traz.
Eu creio! 💪🏻🌿🙏🏻
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