Criando União

Postado no instagram em 12-05-2020  
Eu acho que vocês não perceberam ainda, mas eu sou bastante questionadora! 🤣 Sei que não parece, mas sou, juro! 🤣🤣🤣. Brincadeiras à parte, acho que eu já nasci com isso, pois me lembro de ter enfrentado a minha mãezinha muitas e muitas vezes desde sempre (perdão Mãe! E já deixa um crédito de perdão aí para o futuro, nunca se sabe 😅). Mas o grande incentivo que tive foi mesmo na faculdade. Sem nenhum desmerecimento ou julgamento a quem teve um destino diferente (até porque o esforço e a base inicial de cada um também contam muito - a minha foi fraquíssima!), mas acredito que fazer faculdade pública no Brasil faz uma grande diferença! A USP me deu muuuuuito! Eu costumava até dividir a minha vida em antes e depois dela, mas ocorre que o tempo do depois ficou meio grande e agora tenho outras subdivisões 😅, mas essa certamente foi bem importante! Sem dúvida os professores de uma universidade pública tem muito mais liberdade para ensinar, aprovar ou reprovar, e isso realmente conta! Me lembro de muitos desafios, mas destaco o de uma professora, que vou chamar aqui de Telma, que penso ser um bom exemplo dessa trajetória com seus aprendizados. Ela era conhecida pelo prazer em reprovar mais da metade da turma. Muitos literalmente “zeravam” em suas provas, de poucas e longas questões, nas quais um português astuto transformava problemas contábeis em verdadeiros enigmas! Eu zerei na primeira prova, e, como resultado, estudei como louca, me concentrei intensamente em recuperar-me dessa derrota e por fim consegui, além da aprovação no semestre letivo, um grande conhecimento contábil, de português, de raciocínio lógico e da minha capacidade de decifrar a vida por mim mesma e de superar seus obstáculos! Sim, tive e ainda tenho inseguranças, mas nunca fruto de desacreditar dessas capacidades.
E vejam também que não estou aqui reduzindo a importância de nenhum mestre que tive ou tenho na vida, muito pelo contrário!!! Ai de mim não fossem todos os mestres que me desafiaram, me cuidaram, me ensinaram e ainda o fazem! Ai Ai de mim! #Sougrata!
Mas espírito crítico é fundamental no ser humano e o meu é companheiro presente desde sempre! 🤛🏻
Falando nisso, andei ultimamente pensando sobre a questão do amor incondicional. Eu já vinha há um tempo me estranhando com esse conceito original, pregado pelo próprio Jesus (e que é verdadeiro como tudo que ele disse), mas sobre o qual ainda não havia uma compreensão completa me convencendo. Daí: assisti à série Maria Madalena, destacando (para agora) a cena de Jesus expulsando os mercadores do templo, e li uma frase, supostamente atribuída a Bert Hellinger (não sei se é mesmo dele), que dizia mais ou menos assim: “Essa história de amor incondicional só existe na teoria. Na prática, é preciso haver equilíbrio, pois tudo o que não é recíproco, é tirano.”
Pronto, lá estava a Tia Telma olhando para mim acompanhada de uma pulga enorme que pousou bem atrás da minha orelha. Salve Megera! 🌷
E foi aí que eu (re)encontrei a Eva Pierrakos e esse maravilhoso livro Criando União, que inspirou e inspira tantos mestres e escolas de autoconhecimento que eu, inclusive, acompanho, mas que só agora (e na releitura) clareou minha mente. Bendita quarentena! 
Eva diz, por meio do Ser que, segundo consta, é o instrutor das palestras que compõem o livro, chamado nele de “o Guia”: “Vocês querem ser amados e são relativamente incapazes de amar (...). Portanto, vocês exigem algo que não estão dispostos a dar. Exigem amor incondicional.(...). Vocês precisam ser entendidos e amados apesar disso. Mas não estão dispostos a agir na recíproca em relação às fraquezas dos outros. Essa exigência — não verbalizada e inconsciente — é injusta; ela equivale a orgulho, pois vocês reinvindicam uma posição especial que não querem conceder aos outros. Essa posição é subjetiva e, portanto, irrealista. (...). (...), o amor é objetividade. A subjetividade gira em torno de si mesma, e amor e egocentrismo não podem coexistir. (...).. (...) O egocentrismo e o subjetivismo são os maiores entraves para dar e receber amor. Nenhum ser humano é totalmente capaz de amor real e de objetividade. (...) Na medida que observam essa falta de objetividade, (...), chegam mais perto da capacidade de amar.” E por aí continua, mas vou parar por aqui.
Claro! Grande Eva! Grande Guia! 
Realmente, o amor incondicional é uma busca válida para cada um de nós, como seres cristicos, filhos de Deus, personificação da centelha Divina na Terra em nossa essência mais pura, como foi Jesus. Creio mesmo que devemos evoluir nele e buscar praticá-lo em nossa convivência diária com todas as pessoas, e mais ainda com nossos pares (família, amigos, parceiros).
Mas cheguei à conclusão de que esse mesmo amor como cobrança em relação ao outro não funciona, e que não devemos fazê-lo ou aceitar que façam isso conosco. Não porque não o devamos buscar, mas por amor ao próprio relacionamento! 
Também entendo que amar incondicionalmente alguém não é concordar com tudo, pois existem leis de Deus (ou éticas, se preferirem) que devem estar acima da relação: verdade, justiça, igualdade, liberdade etc.
Eva me fez compreender que Jesus e Berth Hellinger (no que esse realmente diz sobre dar e receber) não são contraditórios, são complementares. Ou, melhor, talvez Bert tenha corrigido o que distorcemos na mensagem de Jesus (não que ele tenha dito isso, mas é uma boa teoria).
Sim, porque se Jesus realmente defendesse o amor incondicional da forma como entendemos, não teria ele aceitado os mercadores no templo, tido “compaixão” por eles, os perdoado e permitido que eles continuassem enriquecendo e se tornando poderosos (e impiedosos) em nome de Deus? E foi isso que ele fez? Não, não foi. Não acredito que por isso os tenha amado menos (Ele amou a todos), mas amou primeiro a Deus, sobre todas as coisas. 
Acho que essa diferenciação é fundamental e com ela me dei por satisfeita nesse aprendizado, que vou até reforçar!
Pois é, o amor incondicional é uma busca válida no aspecto pessoal, para mim, para minha evolução espiritual, e, sim, para praticar em minhas relações, na medida em que me desenvolvo e evoluo nelas. Penso que até é algo a ser ensinado (aos filhos e alunos, por exemplo). Mas certamente não é algo que se deva cobrar num relacionamento, seja com parceiros, amigos ou família, se reconheço que não o dou (e geralmente não dou, porque nenhum ser humano dá). Eu não devo exigir (ou insinuar) que o outro deve me amar incondicionalmente, me perdoar, não guardar rancor de mim, não ter raiva etc., quando permaneço julgando, ferindo, excluindo, diferenciando, sendo incapaz de dar o que quero receber, tendo comportamentos destrutivos que afetam a mim e à minha família, ou o que quer que seja (que todos nós temos, em algum grau). Agir assim é egoísmo, orgulho, vaidade, distorção, egocentrismo, interesse subjetivo, ou qualquer outra coisa, menos amor!
Grande Eva! Que bela chave para o mundo dos relacionamentos! #Sougrata! ☀

#autoconhecimento #relacionamento #relacionamentosaudavel #comportamento #comportamentohumano


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