Maestria na vida

 

Todos somos mestres e discípulos uns dos outros, no sentido que todos temos a ensinar e aprender uns com os outros. Entretanto, não adianta querer negar que algumas pessoas estudaram coisas que nós não estudamos, viveram coisas que nós não vivemos, conhecem mistérios que nós não conhecemos e, portanto, têm a nos ensinar coisas que nós não sabemos. Negar isso não é só arrogância, é burrice. É desperdiçar uma oportunidade que a vida nos dá de crescer e evoluir a partir da expansão do conhecimento de nós mesmos e da vida. E isso também não significa que essas pessoas não são humanas, não têm falhas, que são melhores que nós ou que devem ditar todos os nossos passos, 
significa apenas que devemos ter uma reverência a essa vivência e a esse conhecimento e, principalmente, gratidão por quem a nós o transmite. É simples assim!
Agora, desenvolver a maestria ou a capacidade de ensinar a outros é uma arte das mais delicadas, algo que eu ainda estou longe de alcançar. Mesmo assim, creio já poder falar de um lugar que venho alcançando ao longo de mais de 20 anos na estrada do autoconhecimento: se curar é preciso!
Sim, porque quem não está curado vai se ferir muito ao tentar plantar uma semente de bem por meio do conhecimento. O mal está muito enraizado e organizado na Terra, principalmente sob a forma de julgamento, e é muito fácil a gente se desestabilizar ao ser acusado de tantas inverdades (ou mesmo verdades dolorosas pra nós), quando trazemos luz para clarear as ilusões do mundo, seja da forma que for. A forma, às vezes, é o de menos, outras o de mais, não importa, importa que esteja baseada numa realidade presente e que funcione ante outras que já não funcionaram.
Mas é preciso se lembrar todos os dias, pois o mundo é assim, e ser mestre é ser espelho, refletir a sujeira que tá no outro e dar conta de lidar com os sentimentos desse ao encará-la. Esse é jogo. Não adianta querer se vitimizar e fugir dele. “O Mestre não pode querer que o discípulo tenha comportamento de mestre”, ponto. Quem quer ensinar precisa estar curado para saber que não é (ou não é mais) o que tentarão dizer e fazer dele quando suas palavras ou ações destruírem a ilusão de quem quer melhorar de vida sem transformar os defeitos que o(a) levaram à vida que tem hoje. E tá cheio de gente querendo isso. Querendo um milagre, uma mágica. 
É uma ilusão sem fim que muita gente segue querendo e até conseguindo em algum grau, na medida em que vai transferindo aos outros a conta e um pouco dos venenos acumulados das suas dores não curadas. Faz parte. 
Faz parte do aprendizado de quem transfere e de quem recebe esses venenos. Quem recebe, se alcançou a verdadeira maestria de si mesmo e da vida, uma hora chega no ponto de parar de receber, entendendo que o que o outro projeta em si é a realidade dele, a visão (ainda limitada) que ele ou ela tem do mundo e das pessoas, e ter a sabedoria de, com amor, ensinar o que é possível, sem apegos. 
Claro que isso não significa deixar de se olhar, observar se não tem ainda alguma ferida ressoando na fala do outro, e se corrigir se for esse o caso. Ninguém chegou na reta final, e isso também é fato (conhecido de todos e até muito utilizado pra justificar as ilusões de quem não quer sair de onde está). 
Mas é também preciso entender o que é exceção e o que é a regra. A regra é a de que quem tem mais idade, mais vivência ou chegou mais longe no conhecimento tem mais a ensinar, não o contrário. Essa consciência também é necessária.
Quanto a quem, acuado pela realidade da luz trazida por algum mestre da vida, transfere a esse seus venenos, vai, quando esse mestre deixar de recebê-los, também se ajustar, seja aprendendo e mudando, seja procurando outro recipiente para despejar seu lixo.  
Assim é...e vida que segue! 
Porque, de um jeito ou de outro, a vida segue e, em algum momento, por bem ou por mal, ensina. 

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